O estado do Maranhão recebe investimentos chineses volumosos em pelo menos três grandes projetos: refinaria, siderúrgica e porto
Vários documentos e acordos foram assinados pelo vice Carlos Brandão
No Maranhão, qualquer esperança de investimento bilionário sempre foi motivo para expectativa e comemoração. A desinformação do povo, a sina inconsequente por votos e a carência estruturante que atravessa o estado há séculos transformaram anúncios de projetos (ainda que no papel), ou simples lançamentos de pedras fundamentais, em eventos determinantes, que mais se pareciam inaugurações e não projeções.
No Maranhão, qualquer esperança de investimento bilionário sempre foi motivo para expectativa e comemoração. A desinformação do povo, a sina inconsequente por votos e a carência estruturante que atravessa o estado há séculos transformaram anúncios de projetos (ainda que no papel), ou simples lançamentos de pedras fundamentais, em eventos determinantes, que mais se pareciam inaugurações e não projeções.
Hoje, porém, vive-se um paradoxo. Estamos prestes a presenciar a invasão de uma onda chinesa, que se alastra pelo Brasil e escolheu o Maranhão como terceiro destino mais importante do país para aportar recursos. Mas governo do estado mantém tudo na mais absoluta descrição e cautela.
Investimentos esses que integram o plano de internacionalização comercial chinês e prevê construções de megaempreendimentos mundo afora. Por aqui, visitas de técnicos chineses tornou-se uma constante. Por dois bons motivos: uma refinaria e uma siderúrgica. Ambas localizadas em Bacabeira, região metropolitana de São Luís. Os projetos estão avançados. Vários documentos e acordos foram assinados. Porém, eis o paradoxo: o governo atual evita alardear aquele que talvez seja o momento comercial mais importante da história do Maranhão.
Por quê? A resposta é simples: o trauma da Refinaria Premium, o trágico projeto da Petrobras – na época lançado com pompa por Lula, Dilma, Roseana, Sarney e Lobão – que gerou prejuízos incalculáveis para a cadeia econômica de Bacabeira. Soma-se a ele frustrações mais antigas, como o Polo Têxtil de Rosário. Agora, segundo apostam setores do governo, uma nova refinaria estaria por vir, com formalização prevista até abril e início de obras para o mesmo ano.
O governador Flávio Dino, em conversa com jornalistas na última semana, disse estar otimista quanto aos projetos. Elogiou o vice-governador, Carlos Brandão, que coordena as negociações, e se mostrou cauteloso. “Não lançarei pedra fundamental. Quero ver o início das obras”, enfatiza. Ele disse que, entre o sim e não, apostaria todas as suas fichas de que os empreendimentos irão vingar. Mas deixou claro que evitará utilizar o boa nova como moeda política em ano eleitoral.
Investimentos esses que integram o plano de internacionalização comercial chinês e prevê construções de megaempreendimentos mundo afora. Por aqui, visitas de técnicos chineses tornou-se uma constante. Por dois bons motivos: uma refinaria e uma siderúrgica. Ambas localizadas em Bacabeira, região metropolitana de São Luís. Os projetos estão avançados. Vários documentos e acordos foram assinados. Porém, eis o paradoxo: o governo atual evita alardear aquele que talvez seja o momento comercial mais importante da história do Maranhão.
Por quê? A resposta é simples: o trauma da Refinaria Premium, o trágico projeto da Petrobras – na época lançado com pompa por Lula, Dilma, Roseana, Sarney e Lobão – que gerou prejuízos incalculáveis para a cadeia econômica de Bacabeira. Soma-se a ele frustrações mais antigas, como o Polo Têxtil de Rosário. Agora, segundo apostam setores do governo, uma nova refinaria estaria por vir, com formalização prevista até abril e início de obras para o mesmo ano.
O governador Flávio Dino, em conversa com jornalistas na última semana, disse estar otimista quanto aos projetos. Elogiou o vice-governador, Carlos Brandão, que coordena as negociações, e se mostrou cauteloso. “Não lançarei pedra fundamental. Quero ver o início das obras”, enfatiza. Ele disse que, entre o sim e não, apostaria todas as suas fichas de que os empreendimentos irão vingar. Mas deixou claro que evitará utilizar o boa nova como moeda política em ano eleitoral.
Em conversa com a reportagem, o vice-governador, que iniciou há dois anos as negociações com os chineses sobre a nova refinaria em Bacabeira e também a siderúrgica, demonstra a mesma cautela, com mais otimismo. “A gente tem cautela porque no passado não foi bom. Divulgaram muito, em vésperas de campanha, na iminência de levar boa notícia à população e nada aconteceu”, relembra.
Para ele, “mesmo um projeto bem estruturado, reunindo algumas das maiores empresas do ramo”, pode ser atingido por influências macroeconômicas externas. “Imagina se, lá na frente, a China decide suspender seus investimentos?”, comenta. Uma frustração, sem dúvida, que o maranhense não quer mais.
O vice-governador reforça, porém, que o pessimismo é apenas um exercício de imaginação e que todas as fichas estão apostadas no fechamento do acordo, previsto para abril. “O horizonte está nos mostrando que não vai ter problema. Primeiro, porque nós precisamos da matéria-prima, do combustível. A China não demonstra crise pela frente, ainda permanece com uma política de investimentos muito agressiva. E no Irã (um dos parceiros do consórcio) o petróleo não acabará tão cedo”.
Nova Refinaria em Bacabeira
Para ele, “mesmo um projeto bem estruturado, reunindo algumas das maiores empresas do ramo”, pode ser atingido por influências macroeconômicas externas. “Imagina se, lá na frente, a China decide suspender seus investimentos?”, comenta. Uma frustração, sem dúvida, que o maranhense não quer mais.
O vice-governador reforça, porém, que o pessimismo é apenas um exercício de imaginação e que todas as fichas estão apostadas no fechamento do acordo, previsto para abril. “O horizonte está nos mostrando que não vai ter problema. Primeiro, porque nós precisamos da matéria-prima, do combustível. A China não demonstra crise pela frente, ainda permanece com uma política de investimentos muito agressiva. E no Irã (um dos parceiros do consórcio) o petróleo não acabará tão cedo”.
Nova Refinaria em Bacabeira
Há três anos, com o fim do sonho da Refinaria Premium, da Petrobras, o governo do Maranhão decidiu insistir e buscou investimentos privados estrangeiros. Conseguiu despertar o interesse de três países, além do Brasil, para implantação de um consórcio: China, que construirá a refinaria, Índia, que será responsável pela fiscalização e acompanhamento do projeto, e Irã, que entrará com o petróleo a ser refinado.
Será implementada em Bacabeira, exatamente no mesmo local da Refinaria Premium, aproveitando a terraplanagem, que necessita só de uns ajustes. O projeto é grandioso. Segundo o governo do Maranhão, é o mais caro projeto em atividade no Brasil. Serão investidos R$ 20 bilhões.
A refinaria terá os melhores padrões internacionais. Será da Companhia Petrolífera da China (Sinopec), uma das maiores petrolíferas do mundo, com refinarias e a quinta maior empresa do globo, segundo a revista Forbes. “Ela tem refinaria no mundo inteiro. Na hora que entrou a maior empresa do mundo de petróleo nesse projeto, nos ficamos seguros que o projeto vai realmente acontecer. Porque uma empresa dessa não entra pra brincar, entra pra fazer”, reforça Brandão.
O governo evita falar em prazos. Porém, trabalha para que, em meados de 2018, o consórcio seja formalizado, o acordo assinado para que o grande empreendimento possa ser anunciado. Para entrar em operação, ninguém arrisca o prazo. Mas não será breve.
Será implementada em Bacabeira, exatamente no mesmo local da Refinaria Premium, aproveitando a terraplanagem, que necessita só de uns ajustes. O projeto é grandioso. Segundo o governo do Maranhão, é o mais caro projeto em atividade no Brasil. Serão investidos R$ 20 bilhões.
A refinaria terá os melhores padrões internacionais. Será da Companhia Petrolífera da China (Sinopec), uma das maiores petrolíferas do mundo, com refinarias e a quinta maior empresa do globo, segundo a revista Forbes. “Ela tem refinaria no mundo inteiro. Na hora que entrou a maior empresa do mundo de petróleo nesse projeto, nos ficamos seguros que o projeto vai realmente acontecer. Porque uma empresa dessa não entra pra brincar, entra pra fazer”, reforça Brandão.
O governo evita falar em prazos. Porém, trabalha para que, em meados de 2018, o consórcio seja formalizado, o acordo assinado para que o grande empreendimento possa ser anunciado. Para entrar em operação, ninguém arrisca o prazo. Mas não será breve.
Siderúrgica chinesa
A construção de uma siderúrgica para exportação está mais avançada. Várias fases do projeto foram vencidas, entre elas: desapropriação do terreno, aprovação de isenções fiscais tanto do governo, quanto da Prefeitura de Bacabeira, além da modelagem comercial do projeto. O contrato foi assinado entre o governo e a CBSteel.
A CBSteel é um veículo de investimentos que foi montado na China em agosto de 2015 com capital inicial de 50 milhões de yuans (cerca de R$ 27 milhões). Sua estrutura acionária contém uma mineradora, a Shandong Yiyuan Xingguo Mining, e uma siderúrgica, a Taishan Steel, além de dois fundos (um de Pequim). A holding é originada em Shandong, província chinesa onde se situa o porto de Qingdao, o segundo mais importante do país no comércio exterior de mineração e siderurgia.
“Estamos praticamente na fase final”, diz Brandão. Os chineses já vieram ao Maranhão em diversas ocasiões e agora se preparam para montar o escritório próprio.
Os benefícios para o estado são diversos, principalmente na geração de empregos. Serão criados 10 mil empregos na construção e cinco mil na operação.
O investimento anunciado é de até US$ 8 bilhões – em duas fases – para produção de até 10 milhões de toneladas de aços longos. O projeto, que atraiu uma série de críticas do setor no Brasil, pode saturar um mercado já com excesso de capacidade. Porém, o governo aposta que toda produção será para exportação. “Ao contrário da refinaria, que servirá o mercado interno, a siderúrgica exportará praticamente toda produção. Essa é a pretensão dos chineses”, finaliza o vice-governador.
Porto da WTorre, também chinês
A CBSteel é um veículo de investimentos que foi montado na China em agosto de 2015 com capital inicial de 50 milhões de yuans (cerca de R$ 27 milhões). Sua estrutura acionária contém uma mineradora, a Shandong Yiyuan Xingguo Mining, e uma siderúrgica, a Taishan Steel, além de dois fundos (um de Pequim). A holding é originada em Shandong, província chinesa onde se situa o porto de Qingdao, o segundo mais importante do país no comércio exterior de mineração e siderurgia.
“Estamos praticamente na fase final”, diz Brandão. Os chineses já vieram ao Maranhão em diversas ocasiões e agora se preparam para montar o escritório próprio.
Os benefícios para o estado são diversos, principalmente na geração de empregos. Serão criados 10 mil empregos na construção e cinco mil na operação.
O investimento anunciado é de até US$ 8 bilhões – em duas fases – para produção de até 10 milhões de toneladas de aços longos. O projeto, que atraiu uma série de críticas do setor no Brasil, pode saturar um mercado já com excesso de capacidade. Porém, o governo aposta que toda produção será para exportação. “Ao contrário da refinaria, que servirá o mercado interno, a siderúrgica exportará praticamente toda produção. Essa é a pretensão dos chineses”, finaliza o vice-governador.
Porto da WTorre, também chinês
O Maranhão detém um complexo de três portos: Itaqui, Vale e Alumar. Terá um quarto: a WPR, braço da gigante brasileira WTorre, prepara-se para construir mais um.
Com finalidade comercial semelhante ao do Itaqui (exportará grãos, celulose, gados e contêineres e importará combustível e fertilizantes), o negócio tem 51% de capital da China Communications Construction Company (CCCC). O termo de compromisso assinado entre as duas empresas em abril deste ano prevê a construção de um projeto orçado em aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
“Ele aumentará, substancialmente, a capacidade de escoamento do Maranhão, que já conta com terminais de uso privado e o porto público do Itaqui, relevantes na exportação de minério de ferro e grãos”, hoje em ampla expansão na prestação de serviço. E resumiu: “Voltamos a ser pauta na mesa de negociação dos grandes investidores porque estamos reconquistando a nossa credibilidade no mercado”.
A estimativa da WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais é que cinco mil empregos diretos e indiretos sejam criados graças ao novo terminal. A construção do TUP vai ampliar, também, a capacidade de escoamento da produção no Maranhão.
Com finalidade comercial semelhante ao do Itaqui (exportará grãos, celulose, gados e contêineres e importará combustível e fertilizantes), o negócio tem 51% de capital da China Communications Construction Company (CCCC). O termo de compromisso assinado entre as duas empresas em abril deste ano prevê a construção de um projeto orçado em aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
“Ele aumentará, substancialmente, a capacidade de escoamento do Maranhão, que já conta com terminais de uso privado e o porto público do Itaqui, relevantes na exportação de minério de ferro e grãos”, hoje em ampla expansão na prestação de serviço. E resumiu: “Voltamos a ser pauta na mesa de negociação dos grandes investidores porque estamos reconquistando a nossa credibilidade no mercado”.
A estimativa da WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais é que cinco mil empregos diretos e indiretos sejam criados graças ao novo terminal. A construção do TUP vai ampliar, também, a capacidade de escoamento da produção no Maranhão.
Fonte : imirante.com
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